Reflexões

"Instruí-vos, porque precisamos da vossa inteligência. Agitai-vos, porque precisamos do vosso entusiasmo.

Organizai-vos, porque carecemos de toda a vossa força".
(Palavra de ordem da revista L'Ordine Nuovo, que teve Gramsci entre seus fundadores)

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janeiro 11, 2011

NÓ CAMBIAL FMI QUER ‘REGRAS' PARA CONTROLE DE CAPITAIS

Superliquidez internacional gerada pelo socorro aos países ricos ameaça afogar economias emergentes em dois movimentos: a) pela apreciação cambial, que prejudica a indústria local via importações baratas; b) por movimentos abruptos de massas de recursos muito superiores à capacidade de acumulação de reservas das economias nacionais. Exemplo: recibos de ações brasileiras no exterior (ADRs, American Depositary Receipts) movimentaram US$ 744 bilhões em 2010. O valor representa 2 vezes e meia o total das reservas cambiais do país, da ordem de US$ 288 bilhões. Contra esses fluxos o país pouco pode fazer e suas reservas seriam insuficientes para contrabalançar eventual fuga em massa de aplicadores. Tal limitação amplifica a importância do controle sobre o ingresso e a saída de capitais investidos no mercado local. O Brasil, porém, vai se opor a que o FMI estabeleça regras para adoção desses mecanismos e buscará preservar a soberania nacional no uso dessa salvaguarda. "Não apoiamos a formalização de princípios a serem seguidos em fiscalização bilateral", explicou o diretor executivo brasileiro e de mais oito países junto ao FMI, Paulo Nogueira Batista, em entrevista ao Valor desta 2º feira. O temor é de que a abordagem multilateral que está sendo proposta -e será discutido no G-20, em fevereiro--  possa redundar em restrições a ação dos países emergentes, minimizando, ao mesmo tempo, medidas contra a desregulação financeira nas economias ricas, que resultou na supremacia das finanças especulativas no plano mundial. Nesta 2-feira, o governo Dilma deu mais uma volta no parafuso para conter a farra cambial: anunciou que o Fundo Soberano brasileiro intervirá no mercado futuro de câmbio comprando e vendendo dólares sem aviso, reduzindo a previsibilidade que orientava a ação do Banco Central e que dava toda segurança aos especuladores. (Leia mais: ‘O nó cambial -antecedentes')

(Carta Maior; Terça-feira, 11/01/2011)

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