O governo e as reitorias estão tentando estabelecer a entrada da polícia na universidade e a repressão como método para acabar com a oposição à sua política de destruição da universidade pública
8 de outubro de 2008
8 de outubro de 2008
Após as diversas ocupações ocorridas em todo o País contra o total descaso do governo com a universidade pública com o corte de verbas, parceria com fundações privadas, falta de investimento em infra-estrutura o que deixou as universidades caindo literalmente aos pedaços, há uma ofensiva do governo para conter a mobilização.
Após a ocupação da reitoria da USP por 51 dias, mais de 20 universidades foram ocupadas.
No estado de São Paulo, em 2007, foram realizadas ocupações de campi, diretorias e reitorias em no mínimo sete universidades; as três estaduais (USP, Unicamp e Unesp); duas federais (Unifesp e UFSCar), Fundação Santo André, PUC. As ocupações aconteceram em mais de 15 locais, devido à existência de diversos campi.
Isso despertou os estudantes em todo o País para a luta. Ocorreram ocupações nas federais da Bahia, Alagoas, Pará, Rondônia, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais.
Todo este movimento mostrou uma clara tendência de luta dos estudantes, que ultrapassam a burocracia estudantil que foi a contenção do movimento por toda a década de 90.
Um fato de extrema importância é que essas ocupações todas tiveram um caráter fundamentalmente político. Nas universidades estaduais os estudantes se levantaram contra o governador de São Paulo, José Serra. Serra (PSDB) publicou um decreto restringindo ainda mais a já muito relativa autonomia frente ao estado dessas instituições. Nas federais, a mobilização estudantil foi voltada contra um decreto que impõe o projeto do governo Lula, o Reuni, que irá superlotar salas de aula e sucatear ainda mais o ensino com falta de professores.
O sistemático corte de verbas das universidades, tanto pelos governos estaduais, quanto pelo governo federal, resultaram em uma crise sem precedentes na universidade. A falta de professores, intra-estrutura, falta de assistência estudantil é agora associado à crescente repressão ao movimento estudantil, com centenas de sindicâncias abertas sob qualquer pretexto: festas, distribuição de panfletos e obviamente as ocupações.
Há uma insistente tentativa dos governos e reitorias em incriminar o movimento político dos estudantes para tentar calar a oposição a esta criminosa política.
Com a onda de lutas no movimento estudantil, em especial o governo de José Serra em São Paulo, adotou a política abertamente repressiva para tentar conter o movimento.
Foi colocada a Tropa de Choque da Polícia Militar para desocupar a diretoria da Unesp de Araraquara, a Fundação Santo André e a Unifesp.
Também na Universidade Federal da Bahia foi colocada a Polícia Federal para atacar de forma selvagem os estudantes em luta.
Fica claro que a onda de lutas dos estudantes mesmo com alguns períodos de abrandamento da luta, está em pleno desenvolvimento.
Neste ano, a ocupação da reitoria da Universidade de Brasília derrubou o corrupto reitor e o acampamento feito pelos estudantes da Unifesp, logo após a renúncia do desmoralizado corrupto reitor, levantou um amplo debate sobre o controle da universidade, organizando uma campanha pelo boicote às eleições para reitor e pelo autogoverno dos três setores de maneira proporcional: funcionários, professores, com uma maioria de estudantes.
E neste momento: estes estudantes são o alvo do governo para tentar sinalizar ao conjunto dos estudantes que não devem protestar e devem baixar a cabeça a todos os desmandos da reitoria e do governo.
A defesa dos estudantes da Unifesp, que estão sofrendo sindicância por terem feito um ato político contra a reitoria da universidade, a ocupação, é tarefa de todo o movimento estudantil.
É necessário exigir o fim da repressão dos governos burgueses ao movimento estudantil e a não intervenção da polícia nas universidades.
Rety
AJR - Juventude do PCO
Pedagogia - Unicamp
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