Reflexões

"Instruí-vos, porque precisamos da vossa inteligência. Agitai-vos, porque precisamos do vosso entusiasmo.

Organizai-vos, porque carecemos de toda a vossa força".
(Palavra de ordem da revista L'Ordine Nuovo, que teve Gramsci entre seus fundadores)

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janeiro 28, 2009

A PALAVRA: INDÚSTRIA BÉLICA X EMPREENDIMENTO CONSTRUTOR

Será que o mundo não viveria melhor se fosse mudo?... melhor dizendo... não o mundo mudo, mas as pessoas. Os sons seriam os das águas correntes nos rios, os das ondas arrebentando na praia, o canto dos pássaros e o uivo dos ventos com o sacudido das copas das árvores respondendo.

A palavra, seja ela escrita ou falada é uma faca de dois gumes. Com ela, poderemos ser vítima ou algoz. Nunca tinha antes confrontado a palavra peito-a-peito, a não ser em minhas reservadas escritas caseiras ou em meu meio de convivência, no qual eu jamais imaginaria que alguém pudesse usá-la contra mim. Acreditava que a palavra era um elemento construtor e disseminador de idéias (desde que usada com responsabilidade), até chegar a uma situação de quase morrer feito peixe: pela boca!

Após um bom tempo de minha vida dominado pela timidez, percebi que o acúmulo de experiência é diretamente proporcional à perda da noção do perigo. Ficamos mais velhos e perdemos o medo de nos expormos. Falamos com convicção e encaramos as situações fazendo uso da palavra como se ela fosse nossa única arma. Esquecemos que o silêncio também fala muito.

Nos filmes policiais sempre tem um que termina ouvindo aquela célebre frase: "Você tem o direito de ficar calado, qualquer coisa que disser poderá ser usada contra você". Eu achava que era coisa de filme, até porque na prática não falam frase alguma, a lei que se aplica é outra.

Por diversas vezes me senti na pele de um bandido de filme... falei coisas inocentemente, sem imaginar que um dia seria o alvo de minhas próprias palavras. O que falamos pode ser facilmente distorcido e usado contra nós mesmos. Se a palavra falada já nos compromete assim, imaginem a palavra escrita... é criar documentos comprobatórios de nosso delito: dizer o que pensamos. Isso não seria um crime em um país onde teoricamente existe a liberdade de expressão, mas esse mesmo país também garante uma democracia para que entendam o que escrevemos de acordo com a conveniência de cada um. Existem pessoas que usam a palavra para destruição. A palavra proferida pode ter o poder de uma bomba com conseqüências devastadoras e pode sofrer um efeito bumerangue. É preciso ter cuidado com o que se diz ou se escreve!

Não podemos esquecer, porém, os poderes virtuosos da palavra. Aquela que chega na hora certa, que abre caminhos, que esclarece e que leva alento a quem precisa. Se lançada para o bem, constrói e o efeito bumerangue que sofre, pode ser um sorriso que recebemos de volta.

(...)

A palavra, assim como o tijolo, pode ser um elemento que constrói, que edifica, mas também pode ser um projétil que atinge a cabeça de uma pessoa e a destrói por completo. Seu uso tem que ser bem pensado, na dúvida, melhor é ficar calado... ao som das águas dos rios.

Do blog de TK Freire

Um comentário:

Antonio Ozaí da Silva disse...

A palavra é perigosa, mas também pode ser libertadora!

Parabéns pelo blog!

Inclui um link no meu...

abraços e tudo de bom,

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Antonio Ozaí da Silva
blog http://antonio-ozai.blogspot.com

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