Reflexões

"Instruí-vos, porque precisamos da vossa inteligência. Agitai-vos, porque precisamos do vosso entusiasmo.

Organizai-vos, porque carecemos de toda a vossa força".
(Palavra de ordem da revista L'Ordine Nuovo, que teve Gramsci entre seus fundadores)

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abril 04, 2009

O dono do senado

Depois de um ano e meio, Renan Calheiros voltou a caminhar diariamente nos arredores de sua residência, na chamada Península dos Ministros, à beira do Lago Paranoá. O líder do PMDB no Senado anda como quem estivesse pisando em nuvens, desde que ganhou todas as disputas nas quais entrou neste começo de legislatura, da presidência da Casa (foi essencial à eleição de José Sarney) ao comando das principais comissões. De quase cassado por duas vezes em 2007, o senador alagoano emergiu do ostracismo para se colocar novamente no centro da cena política nacional. E não se trata de figura de retórica: Renan é, atualmente, um dos políticos mais influentes do País.

Nem mesmo as denúncias que pipocaram no Senado nas últimas semanas, cuja responsabilidade foi atribuída unicamente ao parceiro Sarney, foram capazes de atingi-lo, embora os desmandos e distorções sejam na verdade resultado das gestões de ambos a partir de 1995. Foram Renan e Sarney, por exemplo, que colocaram Agaciel Maia na direção-geral do Senado. Maia pediu demissão do posto no início de março, após a revelação de que deixou de registrar em seu nome uma mansão avaliada em 5 milhões de reais. Não é a primeira vez que o nome de Maia veio à baila. O ex-diretor do Senado foi citado, em agosto de 2008, na Operação Mão de Obra, da Polícia Federal, que investigou um esquema de fraudes em licitações no Parlamento. Segundo a PF, o funcionário público tinha conhecimento das fraudes.

Os jornais andam esquecidos de Renan, mas, na época em que Maia foi agraciado com o cargo, Sarney presidia o Senado e Calheiros, a coordenação do Grupo de Trabalho de Reforma e Modernização, sem outros feitos dignos de nota, além da farra de diretorias que se descobriu agora. Por incrível que pareça, o ex-diretor-geral lançou em 2007 um livro, Tempo de Transformação, em que dá lições de administração pública e gaba-se dos “aperfeiçoamentos” feitos na casa. Nas orelhas da obra, a dupla Renan-Sarney assina embaixo.
carta maior

2 comentários:

Anônimo disse...

Vanderlei, isso é culpa do PT, que deus sustentação ao RENAM. Morderam a própria língua... e vão morrer no ninho.

Evelize disse...

Olá... estou retornando, quanto a situação política desse país, cada vez fica mais difícil posicionar-se. Eu estou sentindo na pele o significado da palavra ´"perseguição". Trabalho numa escola municipal(pública) e a diretora é irmã do atual prefeito....não preciso dizer mais nada. Sei que vou conseguir vencer mais esse desafio, mas a prepotência das pessoas é lastimável, mas pior que isso é a ignorância. Esse 2009 não vai ser fácil, mas será um grande aprendizado. Beijos

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