Criticado pelos ruralistas, a quem já chamou de "vigaristas"
"O atual ministro não tem condição de levar uma batalha pela Amazônia. Só o fato de ele ter aceitado o cargo depois de a Marina Silva ter saído já mostra que ele estava disposto a conciliar e a ficar em meias medidas", afirmou Löwy ao UOL Notícias em entrevista por telefone.
"Isso pode dar uma luz verde ao agrocapitalismo para avançar em cima da floresta. É uma guerra que estão declarando contra a Amazônia, promovida pelas madeireiras, pela soja e pelo gado. Todos eles querem limpar a região", disse ele, que considera os movimentos sociais como os mais capazes de barrar o desmatamento.
"Principalmente as comunidades sem terra e indígenas têm de chamar para si a responsabilidade. Nos últimos anos, os esforços dos governos são opacos e a tendência natural do capital é se enfronhar mais na floresta. É claro que se pode por freios a isso, limitar o estrago. Mas confio mais nessa possibilidade por meio dos agentes sociais", declarou.
Desmatamento zero
Apesar do resultado melhor no período, Löwy avalia que o governo Lula como um todo é "apenas um pouco mais preocupado com o ambiente" do que o de Fernando Henrique Cardoso.
"Mas no geral é muito fraco. Quando era ministra, a senadora Marina Silva (PT-AC) resistiu com coragem até cansar de ser derrotada. Conseguiram até passar o planejamento da Amazônia para um senhor que nada entende da região (ministro Roberto Mangabeira Unger, da secretaria de Assuntos Estratégicos)
MP DA AMAZÔNIA
Propriedades transferidas | Terras da União situadas na Amazônia Legal com até 1.500 hectares (área equivalente a cerca de 2.000 campos de futebol). |
Beneficiados | Pessoas físicas e jurídicas (empresas) que tenham ocupado a terra antes de 1º de dezembro de 2004. Não é necessário viver no local, mas, nesse caso, o beneficiado precisa comprovar que alguém está na propriedade ocupada |
Custo da propriedade | * Até 100 hectares: doação |
Condições para a transferência | * Comprovar que a terra possui função social |
Prazo para venda | * Após 10 anos: propriedades de até 400 hectares |
"Jogar de um para o outro só serve a quem quer fazer nada. Sem dúvida a responsabilidade dos ricos é maior. Mas a essa altura, precisamos que o conjunto dos países pare. Podemos pedir aos ricos que paguem por esse processo de controle da floresta amazônica, como muitos sugerem. Mas não podemos ficar esperando para fazer a nossa parte", disse.
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