O Partido Comunista Brasileiro (PCB) vem a público manifestar seu mais veemente repúdio à ação brutal da Polícia Militar verificada ontem, dia 09 de junho, contra estudantes, professores e funcionários da USP. A invasão do campus universitário, com tropas de choque, tiros e bombas é uma violência insana que lembra os piores momentos da ditadura militar. O PCB entende que é inaceitável a presença da PM no campus universitário e que estas tropas devem se retirar imediatamente das dependências da USP.
Esta invasão é o reflexo de um gradual processo de criminalização dos movimentos sociais em nosso país, particularmente no Estado de São Paulo. Portanto, não há novidade nesse vergonhoso episódio. A emblemática invasão do Campus da Unesp de Araraquara, em 2007, inaugurou o “ciclo” da perseguição de estudantes, funcionários e professores das Universidades do Estado de São Paulo, do “prendo e arrebento” e do “diálogo acadêmico” com a tropa de choque. Os reitores das Universidades estaduais paulistas e o Cruesp, transformaram-se em gendarmes acadêmicos do governador Serra e de seus cacoetes autocráticos de pequeno Napoleão da Moóca.
A reivindicação dos funcionários, estudantes e professores das três Universidades é mais do que justa e pressupõe a defesa dessas importantes instituições agredidas constantemente pela fúria privatista do governador Serra e de seus aliados. Além das reivindicações salariais, os trabalhadores das Universidades públicas de São Paulo estão lutando por mais verbas para a educação, por melhoria das condições de trabalho e de estudo, por mais de pesquisa e, o que se constitui como ponto central: a contratação de professores e a ampliação de vagas.
O governo Serra, com a conivência do Cruesp, tenta implantar aceleradamente o programa de educação à distância, alegando a “democratização” do acesso às Universidades públicas do Estado. No entanto, especialistas e pedagogos têm criticado essa modalidade “educacional” porque o ensino presencial é fundamental para a formação de profissionais. Essa medida esconde a intenção de desmonte da Universidade pública, de reduzir a contratação de professores e de terceirizar as atividades docentes e funcionais dessas instituições de ensino e de pesquisa. O PCB repudia essa política de lesa-universidade, profundamente prejudicial à democracia, à sociedade e ao desenvolvimento científico do Estado de São Paulo.
Comissão Política Nacional do PCB
Junho de 2009
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