Em seu artigo na página da Revista Veja na internet, de 27/6/2011, o colunista Ricardo Setti alega que a minha emenda à Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2012, pleiteando o fim do superávit primário, seria um projeto "estapafúrdio, próximo do ridículo", e ainda pede que eu "tenha juízo, e não minhoca na cabeça!". Porém, é preciso esclarecer que minha emenda foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, para ser apresentada à Comissão de Orçamento, ou seja, já é um projeto de toda a CCJ, e não só meu. Além do mais, para garantir o pagamento da questionável dívida pública e o cumprimento da meta de "superávit primário", as pessoas morrem nas filas dos hospitais, se apertam em ônibus que mais parecem latas de sardinha, sofrem com a má qualidade do ensino público, esperam indefinidamente pela garantia do direito de acesso a terra, etc.
Dívida pública e Superávit primário: as minhocas do desenvolvimento brasileiro
Milton Temer |
Deu na primeira página do "Valor Econômico", um dos espaços de mídia onde se encontra jornalismo de qualidade. Abilio Diniz vai atrás de R$ 3,9 bi do BNDES, para uma operação de fusão Pão de Açucar-Carrefour, onde não entrará com UM TOSTÃO, mas passará a controlar 32,2% das vendas do varejo nacional. Sem colocar um tostão do seu bolso, vale repetir. |
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Léo Lince |
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, bordejou a morte na tragédia de Trancoso. Vidas inocentes ceifadas, perda de amigos, o risco de estar ele próprio no helicóptero que caiu, são acontecimentos capazes de provocar abalo até no mais insensível dos mortais. Apesar de tantos abalos, a maior preocupação do governador, a julgar pelas providências tomadas após o fato lutuoso, foi com a própria sobrevivência política. |
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Heloísa Helena |
O simbolismo das datas – ao longo da história da humanidade - auxilia a todos nós a refletir sobre acontecimentos diversos e assim poder comemorar em alegria exuberante as conquistas ou chorar em melancolia e tristeza profunda as perdas ou criticar com veemência as omissões e cumplicidades que destroem a dignidade humana ou simplesmente preferir nem conhecimento delas tomar e ponto! |
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Eliomar Coelho |
A paisagem carioca de tempos em tempos sofre mudanças radicais por conta da interferência do poder público, sempre levadas a cabo em nome da modernização. Foi assim com o do Morro do Castelo, em 1921, derrubado por jatos de areia, sob o pretexto de que atrapalhava a ventilação da cidade. Da mesma forma, em nome do progresso, o prefeito Pereira Passos, em 1904, derrubou milhares de casas coloniais e cortiços no Centro, expulsando a população para a periferia, no que ficou conhecido como "bota-abaixo". A justificativa na época era de que o Rio deveria "civilizar-se" e se transformar na "Paris dos Trópicos", à semelhante do modelo adotado por Hausmman na capital francesa. Nos anos 1960, milhares de moradores de várias favelas cariocas foram obrigados a migrar para regiões da Zona Oeste, por conta da uma política urbana centrada na remoção dos pobres de áreas nobres da Zona Sul, entregues a seguir para a especulação imobiliária. |
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Heitor Scalambrini Costa |
Após o trágico acidente nuclear na central japonesa de Fukushima com considerável vazamento de material radioativo, o mundo rediscute os projetos de novas usinas nucleares, e o que fazer com as já existentes. No Brasil, o governo federal age no sentido oposto. |
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Cacique Mutua |
O Cacique Mutua , índio xavante, escreveu esta mensagem dirigida "a todos os povos da Terra". Trata-se de um texto de rara beleza poética e ultra-eficaz na denúncia de Belo Monte. A missiva começa assim: " O Sol me acordou dançando no meu rosto. Pela manhã, atravessou a palha da oca e brincou com meus olhos sonolentos". Com ela, o cacique xavante prova mais uma vez que todo dia é dia do índio. Vale conferir. |
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Leonardo Boff |
No último artigo aventei a idéia, sustentada por minorias, de que estamos diante de uma crise sistêmica e terminal do capitalismo e não de uma crise cíclica. Dito em outras palavras: foram destroçadas as condições de sua reprodução seja por parte da devastação da natureza e dos limites alcançados de seus bens e serviços seja por parte da desorganização radical das relações sociais, dominadas pela economia de mercado com a predominância do capital financeiro. A tendência dominante é pensar que se pode sair da crise, voltando ao que era antes, com pequenas correções, garantindo o crescimeno, resgatando empregos e assegurando lucros. Portanto, continuarão os negócios as usual. |
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Paulo Marçaioli |
"Reforma ou Revolução" é na verdade uma compilação de dois artigos escritos por Rosa Luxemburgo entre setembro de 1898 e abril de 1899. Os ensaios são uma resposta política a setores do Partido Social Democrata alemão (SPD), agrupados em torno de Eduardo Bernstein. O revisionismo era então uma força política ainda em vias de ascensão. A série de textos publicados por Bernstein na revista Neue Zeit do SPD (entre 1897-1898) era, então, o primeiro grande esforço de sistematização teórica de uma nova orientação política. O reformismo seria predominante nas décadas subseqüentes no SPD, na II Internacional e em parcela considerável de partidos de esquerda (inclusive comunistas) em todo o mundo, especialme nte após a II Guerra Mundial. |
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Edgar Morin, ex-marxista francês, escreveu certa vez que um dos maiores defeitos de O Capital de Marx foi o de ter negligenciado o conteúúdo imaginário, fictício, fantástico presente no mundo fetichista das mercaadorias. A crítica de Morin mostra que sua leitura de
O Capital foi, no míniimo, corrida. A produção mercantil, desenvolvida, capitalista está tão impregnada por aquele conteúdo "fantástico, imaginário" que a dificuldade maior talvez seja a de separar o real, o concreto, de seu duplo, de sua forrma fictícia que se confunde freqüentemente com a primeira forma de existência do fenômeno; a existência reflexa adquire movimento próprio e passa a reagir sobre seu suporte real e a conduzir-lhe a existência.
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