Não há vida digna para as mulheres com violência e sem direitos
O
PSOL vem às ruas novamente neste Dia Internacional de Luta das
Mulheres para reafirmar que a luta contra o machismo e o capitalismo
se faz todo dia. Resistindo e denunciando toda forma de violência
sexista, a opressão e o controle sobre nossos corpos e decisões.
Almejamos uma sociedade socialista e livre, na qual as mulheres
tenham vez e voz, superando definitivamente a opressão de gênero e
de classe.
"É
nesse contexto que denunciamos e combatemos a violência
sexista, resultante da
ideologia machista e patriarcal que considera a mulher um ser menor,
sem direitos, subalterno. Essa violência se
repete diariamente e moldou um comportamento de aceitação e
trivialidade que nos indigna. Ela se
expressa nos vários tipos
de violência que se impõem sobre as mulheres, seja a violência
física, simbólica, patrimonial, institucional, seja
a violência estrutural do sistema capitalista que retira direitos
essenciais como saúde, educação, moradia, previdência social, em
nome da manutenção do lucro do grande capital".
Se
no primeiro mandato da presidenta Dilma houve, já no primeiro
mês, cortes de orçamento em áreas sociais importantes para a
vida das mulheres, hoje vemos em curso a consolidação de uma
política de saúde da mulher vinculada à sua função
procriativa e que criminaliza o aborto, como é o caso da Rede
Cegonha, da sanção da MP557 (Cadastro de Gravidez) e a
nomeação do Senador Marcelo Crivella, principal figura pública da
bancada pró-vida no senado, para o Ministério da
Pesca.Infelizmente, pautas das mulheres e LGBTs, como a PLC 122
e o kit anti-homofobia, são utilizadas como barganha com a bancada
conservadora, evidenciando que o governo petista está do lado dos
corruptos e do empresariado brasileiro, desenvolvendo o capitalismo
brasileiro e não se preocupa em extinguir as estruturas de sua
exploração e opressão.
Com o
recrudescimento da violência machista em nosso país, que vem
causando o aumento de assassinatos de mulheres vítimas de seus
companheiros ou de homens da família, assim como os casos de estupro
de mulheres em transportes públicos e lesbofobia, torna-se
urgente a implementação do Pacto
de Enfrentamento à Violência contra Mulher. Porém, com os
cortes nos orçamentos federal e estaduais, não se
garante a infra-estrutura
e investimentos mínimos necessários
para assegurar o funcionamento eficaz da Lei Maria da Penha, o que
poderia garantir a
vida e integridade física de milhares de mulheres brasileiras.
Por
outro lado, a violência estrutural existente em nossa sociedade
também trás, consigo, um viés de gênero e de raça. As mulheres
negras e indígenas são maioria nos movimentos de luta por moradia e
nas comunidades e territórios apropriados pelo setor privado, assim
como pelo poder estatal. É com a utilização do
aparato policial e judiciário, que o governo Dilma e diversos
governos estaduais promovem
remoções forçadas nessas comunidades e territórios para
destiná-los às obras da Copa do Mundo, às obras do PAC e
obras de especulação imobiliária em geral em várias
partes do país, principalmente Amazônia e no semiárido nordestino.
Um exemplo grave desse tipo de violência foi o ocorrido em
Pinheirinho, cidade de São José dos Campos, e o que se anuncia
novamente no Quilombo Rio dos Macacos, na Bahia. Outros casos
como esses se repetem em várias cidades que sediarão a Copa e em
vários territórios indígenas e camponeses com as obras de Belo
Monte, da Transposição do Rio São Francisco, entre outros.
Nesta
conjuntura tão adversa, é preciso construir o protagonismo
feminista e socialista nas
lutas e na denúncia das violências sofridas pelas mulheres e
pelo conjunto da classe trabalhadora brasileira. A atualidade do Dia
Internacional de Luta das Mulheres, que foi inaugurado pelas
mulheres russas
em 1917, se expressa no enfrentamento da desigualdade de
classe e
entre homens e mulheres, da violência sexista e dos valores
patriarcais ainda tão cristalizados em nossa sociedade. É por
isso que as mulheres assumiram o protagonismo em vários movimentos e
insurreições por todo o mundo. É por isso que o 8 de março segue
sendo uma inspiração na luta feminista do PSOL para continuar
lutando por socialismo e liberdade!
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