Foto: radarnoticias.com |
Juliana
Brito*
Nesses 100 dias de greve toda forma
de violência foi usada pelo governo/patrão para massacrar os professores da rede
estadual. Ele teve a seu lado: dinheiro para pagar notas e censurar informações;
artimanhas jurídicas que protelam a aplicação das leis federais; contratos sem
licitações; corte de salários que inviabilizaram a tomada de empréstimos e o uso
de planos de saúde; demissões; substituições; assédio moral; mentiras na
imprensa; o MP sendo interlocutor unicamente dos interesses do Executivo; o
Legislativo aprovando leis inconstitucionais. Contou ainda com a omissão de
muitos intelectuais desse estado, da Igreja, dos artistas, da OAB, de membros do
judiciário, das ONGs, enfim, de todos aqueles que deixaram "o circo pegar fogo".
Estes disseram: "É uma greve política; são manipulados pelo sindicato; são
egoístas e só pensam nos salários; o governo já foi tão generoso, o que querem
mais, esses radicais? etc.". Coisas do tipo foram ouvidas e
pensadas.
E agora nos perguntamos: Qual será o
ônus de derrotar aqueles que OUSARAM LUTAR PELO CUMPRIMENTO DE UMA LEI que fora
aprovada desde 2008 e que continua a ser ignorada pelo governo estadual? Qual
será o ônus que os trabalhadores de outras categorias pagarão ao comprovarem na
prática que Jaques Wagner decretou: "Na Bahia as leis federais não valem", " não
há mais o direito a greve", "o Estado sou eu". Qual será o ônus que os alunos
pagarão ao saberem que NÃO VALE A PENA ESTUDAR NA BAHIA. Ao aprenderem a triste
lição de que não VALE A PENA LUTAR POR DIREITOS CONSTITUCIONAIS. Qual será o
ônus que os estagiários que se submeteram ao REDA e PSTs pagarão por terem
comprometido a valorização da profissão a qual aspiram? Qual será o ônus que
aqueles que " não aderiam a greve" pagarão por não terem fortalecido seus
colegas?Qual será o futuro da educação na Bahia? Os próximos acontecimentos
serão decisivos.
Professora da rede estadual em
Vitória da Conquista, Bahia
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