Enviado por ACS em qui, 29/08/2013 - 15:19
Para
comemorar os dez anos de conquista das escolas itinerantes e
proporcionar aos professores um momento de aprofundamento teórico para
discutir encaminhamentos, propostas pedagógicas e fundamentos teóricos
que aperfeiçoem a prática escolar, a Universidade Estadual do Oeste do
Paraná (Unioeste), a coordenação da Educação Escolar do Campo vinculada
ao Departamento da Diversidade (DEDI) da Secretaria de Estado da
Educação (SEED) e Setor de Educação do MST, estão promovendo nesta
semana o “Encontro dos Professores da Escola Itinerante do Paraná”.
O evento, que está sendo realizado no Campus de
Cascavel da Unioeste, teve início no dia 26 e segue até o dia 30,
sexta-feira. Cerca de 300 pessoas estão participando diariamente do
encontro, entre elas estão: 180 professores da Educação Básica das
Escolas Itinerantes e Escola Base, 20 representantes das comunidades
acampadas e 20 estudantes de Ensino Médio (lideranças dos estudantes)
das escolas itinerantes, além de professores de ensino regular,
docentes e discentes da Unioeste.
De acordo com Alessando Mariano, representante do
Setor de Educação do Movimento Sem Terra (MST), o objetivo do encontro
é proporcionar aos educadores das Escolas Itinerantes e Escola Base
(Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio) subsídios
teóricos metodológicos para o fortalecimento da proposta pedagógica do
Ciclo de Formação Humana (CFH) com a construção dos Complexos de
Estudos nas Escolas Itinerantes e Base, além de ser um encontro para
comemorar os dez anos de Escolas Itinerantes, “Este é um momento
precioso que mostra a história de superação do nosso povo” diz
Alessandro.
Ritamar Andreetta, professora do ensino
fundamental da Escola Base Iraci Salete Stroza, localizada no município
de Rio Bonito do Iguaçu, explica que a função da escola base num
primeiro momento é organizar a documentação dos alunos matriculados na
escola itinerante, por tanto a escola base tem responsabilidade legal
sob a vida escolar do acampado. “A escola do acampamento é um lugar
provisório a qualquer momento pode ser retirada e montada em outro no
lugar é aí que a escola base protege o direito do acampado de estudar,
por isso, a sua matrícula fica na escola base. E nesse vai e vem da
família as crianças perdiam anos de estudos. Por isso, a escola base
vem nesse sentido de estar assegurando o direito dela continuar
estudando. A criança saí da cidade, mas essa escola caminha com ela e a
escola base é o vinculo com o estado” destaca.
Ainda conforme Ritamar esse encontro confirma a
conquista de um direito garantido, de educação para todos. Entretanto,
a professora afirma que esta luta nunca deveria ter sido travada, já
que é direito de todo cidadão independente do espaço que ocupa ter
acesso à educação. “O povo sem terra teve que dizer ‘queremos que o
nossos filhos estudem’, e então estão aí os dez anos de escola
itinerante. Eu diria que essa escola vem garantir esse direito ao povo
que a vida inteira foi excluído” afirma. Atualmente 300 professores
atuam nas Escolas Itinerantes, sendo estas nove itinerantes que atendem
o total de 1.300 alunos.
Em relação ao encontro a professora destaca que é
o momento de repensar o que esta sendo feito na escola itinerante,
quais as possibilidades de mudanças e os limites dos profissionais, “É
possível fazer uma escola itinerante ainda melhor do que a gente já vem
trabalhando e tentando” conclui.
Segundo o pedagogo, Marcio José Barbosa, do Colégio Estadual Maria
Aparecida Rosignol Franciosi, esse encontro serve para aprimorar a
formação dos profissionais que atuam nos assentamentos, e possibilita a
interação entre aqueles que não atuam. “Esse é um momento em que nós
podemos passar nossas experiências aqueles professores que não atuam
nos assentamentos, trazendo a realidade dos alunos” declara.
http://cac-php.unioeste.br/cnu/node/1428
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