Com a confirmação do Brasil como anfitrião do Mundial, o País curva-se ao poderio de Ricardo Teixeira
O anúncio oficial da Fifa, que confirmou o Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014, não foi surpresa. Até porque, graças a um acordo sul-americano, não havia outro concorrente. Ganhar uma disputa sem que haja concorrência é, no entanto, a menor das tortuosidades do processo que mantém o futebol, e também o País, sempre um passo atrás de suas potencialidades. Receber o Mundial de Futebol é uma honra e também uma grande oportunidade de desenvolvimento econômico. Mas, ao mesmo tempo, é capaz de mascarar e aprofundar problemas administrativos, principalmente no que diz respeito ao trato com dinheiro público. Infelizmente, este risco é real.
A confirmação do Brasil como vencedor de uma disputa que não ocorreu, na terça-feira 30, merece observações. A começar pelo tamanho da comitiva, formada por 12 governadores, dois deles presidenciáveis (Aécio Neves, de Minas Gerais, e José Serra, de São Paulo), o deputado federal e presidenciável Ciro Gomes (PSB-CE), três ministros (entre eles, Marta Suplicy, do Turismo e provável candidata à prefeitura paulistana em 2008 ou ao governo do estado em 2010) e o presidente da República.
A participação maciça de eleitos incomoda quem constata que a política brasileira ainda aposta na paixão nacional e na capacidade de conquistar o povo brasileiro com a eterna retórica populista.
Também compunham a comitiva Romário, Dunga e o mago Paulo Coelho, a representar a literatura brasileira e, quem sabe, a iluminar os caminhos até 2014, além de duas dezenas de acompanhantes. Literalmente, só faltou Pelé.
http://www.cartacapital.com.br/edicoes/469/o-oligarca-do-futebol
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