Ex-jogador não acredita que projeto trará benefícios ao País e aposta que a China será a sede do próximo Mundial de Futebol a ser definido
Depois que o Brasil recebeu a confirmação da Fifa de que será a sede da Copa do Mundo de 2014, Sócrates, colunista de CartaCapital tem a definição do que representará a organização da competição no país: carnaval.
"Pelo que eu conheço de quem está organizando esse evento, a Copa no Brasil será um carnaval de um mês, com muitos gastos e sem sobrar nada que se aproveite", disse o ex-jogador. "Não dá para acreditar em nada muito diferente disso."
Quando questionado sobre os possíveis benefícios que um evento desse porte poderia trazer para o país, Sócrates foi cético. "Se houvesse coerência no projeto, investimento em infra-estrutura e desenvolvimento social, seria ótimo para o país, sem dúvida. Mas não me parece que seja o caso.”
O colunista citou dois exemplos recentes para jutificar seu ceticismo: "Acabamos de ver o que acontece, com o Pan-americano do Rio de Janeiro. Já há várias instalações que não são mais utilizadas e que não reverteram em nenhum benefício social. E pelo o que as notícias mostram, algo parecido também está acontecendo com Atenas, depois da Olimpíada de 2004."
Copa vai acontecer, seja com o dinheiro de quem for
Para Sócrates, a realização da competição no Brasil agora é irreversível, seja com o dinheiro de quem for. "Agora que o compromisso foi assumido, a Copa terá de ser realizada, seja com do dinheiro de quem for, e muito provavelmente será do contribuinte."
"Se for preciso, o Estado terá que entrar com o grosso do dinheiro, pois não pode deixar o país passar pelo vexame de não conseguir organizar o evento", opina o ex-jogador. "Pode ter certeza que essa Copa vai tomar muito dinheiro de todos."
Sócrates também é contra a construção de novos estádios para receber as partidas do Campeonato Mundial de Futebol. Isso porquê, para o ex-jogador, as novas arenas só serviriam como "mausoléus".
"Para quê construir mais estádios se nem os que estão aí são bem administrados?", questiona Sócrates. "Para desperdiçar mais dinheiro, para ficarmos com mais elefantes brancos, para termos mais campos abandonados e sem uso? Não faz sentido."
CARTA CAPITAL
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