"Tecnicismo em educação", na acepção de Saviani, não é transformar o ensino em "técnico-profissionalizante". Muito menos é tirar da grade curricular as disciplinas humanísticas. Quando Saviani elaborou a noção, nos idos da primeira metade da década de 80, ele tinha em mente a leitura do Capítulo Sexto "Inédito" de O'Capital. A idéia básica era observar como que Marx havia tratado coisas como "a aula", ou seja, aquele tipo de atividade humana que, não sendo"produto material", resistiria à sua transformação em mercadoria e, então, criaria uma certa dificuldade ao capitalismo. Saviani ponderou, então, que uma forma de tornar a aula, ainda que só em parte, mercadoria e produto em série, para fazer o capitalismo entrar também nesse campo, seria a objetificação da aula em "meios didáticos materiais". E a apostila seria o meio mais barato e mais condizente para tal. Nesse sentido a pedagogia tecnicista iria contra a pedagogia nova, que centrava o processo de ensino no aluno, e contra a pedagogia tradicional, que focalizava o ensino no professor. A pedagogia tecnicista deveria fazer dos meios didáticos materiais o centro irradiador do que é e do que não é para se fazer em educação.
Qual o objetivo da "pedagogia tecnicista"? Simples: na prática cotidiana o saber do professor seria expropriado, incorporado aos meios, e então a aula poderia ser ministrada por qualquer um, bom professor ou não. Do mesmo modo que a máquina substituiu o homem no processo produtivo, os meios didáticos substituiriam o professor no processo de ensino. A rotatividade do professor no emprego (na escola) seria possível, e assim isso traria ganhos financeiros para a escola particular, e ganhos em termos de "racionalização administrativa" na escola pública.
Qual o objetivo da "pedagogia tecnicista"? Simples: na prática cotidiana o saber do professor seria expropriado, incorporado aos meios, e então a aula poderia ser ministrada por qualquer um, bom professor ou não. Do mesmo modo que a máquina substituiu o homem no processo produtivo, os meios didáticos substituiriam o professor no processo de ensino. A rotatividade do professor no emprego (na escola) seria possível, e assim isso traria ganhos financeiros para a escola particular, e ganhos em termos de "racionalização administrativa" na escola pública.
Por, Paulo Ghiraldelli Jr.
8 comentários:
gostei do texto ele explorou coisas novas,bom, que eu nao sabia. algo mais psicologico,profundo.
BOA COLOCAÇÃO DE PENSAMENTO! ME FOI DE GRANDE SERVENTIA DIRECIONAL À EXPLORAÇÃO DO ASSUNTO.
gostei do texto.peço licença para usar um trecho em meu trabalho de história.abraço.
PARABÉNS pelo texto, pois apresenta idéias bem claras. Ajudou a tirar as minhas dúvidas a respeito da Pedagogia Tecnicista.
Amei sua explicitação sobre o tema, eu tb peço licença para usar um trecho no meu seminário e resumo de historia.
Gostei muito...Trantando-se de algo histórico,além da definição, gostaria de saber tambem toda a história o pós e contra!E se essa educação é utilizada hj!
Foi muito boa esse comentário, esclareceu algumas duvidas que tinha sobre Pedagogia Tecnicista.
Obrigada
Olá, gostarti ade saber com palavras simples e objetivas, sobre qual o papel do relacionamento professor - aluno na tecnicista. o que muda, o que eles fazem?
entre em contato urgente por favor: mohab_bio@hotmail.com
OBGADO
Postar um comentário