Reflexões

"Instruí-vos, porque precisamos da vossa inteligência. Agitai-vos, porque precisamos do vosso entusiasmo.

Organizai-vos, porque carecemos de toda a vossa força".
(Palavra de ordem da revista L'Ordine Nuovo, que teve Gramsci entre seus fundadores)

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maio 11, 2008

Assentados temem volta do terror após absolvição no Pará

Com a absolvição do fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, acusado de mandar matar a freira Dorothy Stang, pequenos agricultores temem a volta da violência no oeste do Pará, revela reportagem de João Carlos Magalhães publicada neste domingo na Folha.

A disputa pela posse das terras --das quais fazendeiros, entre eles Bida, se consideravam proprietários-- era o principal motivo das ameaças contra a vida da religiosa. No PDS (Projeto de Desenvolvimento Sustentável) Esperança, que a missionária liderou em Anapu, pequenos agricultores dizem acreditar que Bida voltará para recuperar as terras.

"Ele vai vir buscar as terras dele. Vai chegar e fazer o que der vontade", afirma o agricultor e artesão Antônio Dias dos Reis, 34. Ele diz que, já antes da morte de Dorothy, sofria ameaças para desocupar uma área que hoje faz parte do PDS.

Só depois da repercussão internacional do assassinato de Dorothy, em fevereiro de 2005, o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) conseguiu a emissão de posse da área, decisão favorável aos moradores do PDS. Mas Bida e outros fazendeiros continuam recorrendo da decisão.

Bida foi acusado de ser o mandante do assassinato da freira norte-americana naturalizada brasileira e absolvido pelo Tribunal do Júri de Belém, na terça-feira. Em julgamento em maio de 2007, Bida foi condenado a 30 anos de prisão pela morte de Dorothy --devido ao tempo da pena ele ganhou o direito de um novo júri.

Para o juiz Raimundo Moisés Flexa, faltavam provas para condenar Vitalmiro, que estava preso desde 2005.

Dorothy Stang, americana naturalizada brasileira, foi morta aos 73 anos com seis tiros quando se dirigia a uma reunião com agricultores no interior de Anapu. Ela atuava havia 40 anos na organização de trabalhadores no Pará.

O vice-presidente da CNBB (Conferência Nacional de Bispos do Brasil), d. Luiz Soares Vieira, disse na sexta-feira (9) que a absolvição do fazendeiro pode encorajar novos crimes no Pará.

"A impunidade incentiva crimes cada vez maiores. As pessoas vão ficando cada vez mais encorajadas, mais ousadas", afirmou.

Folha online

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