No século XX, o dinheiro e todo o sistema monetário emanciparam-se definitivamente do ouro como mercadoria monetária real – na aparência; o último lance dessa emancipação foi o abandono da convertibilidade do dólar em ouro em 1973. Isto se correlaciona com o fato de que, no período subseqüente, o capital monetário também se desacoplou cada vez mais da real produção de mercadorias. O crédito inflado gerou não só formidáveis montanhas de dívidas, que sempre precisavam ser "roladas", mas adquiriu uma forma de circulação independente de títulos financeiros (ações, títulos hipotecários, derivativos), onde se criaram valores fictícios de dimensões astronômicas. Na ótica positivista, tratava-se simplesmente de "fatos" que pareciam fundamentar-se a si próprios. Até mesmo teóricos da esquerda explícita ou implicitamente abandonaram a teoria marxista do dinheiro e do crédito, porque na aparência ela estava refutada empiricamente.
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