As sete maiores economias do mundo e os países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) terão que pagar 7,6 trilhões de dólares
(cerca de 14 trilhões de reais) em 2012, referentes ao vencimento de
títulos de suas dívidas públicas. É o que diz um levantamento da
revista norte-americana de economia Bloomberg.
Os países leiloam títulos de sua dívida para arrecadar dinheiro sem
recorrer a instituições de crédito como o Fundo Momentário
Internacional (FMI), além de poder estabelecer os prazos para o retorno
do valor emprestado ao credor. Após o vencimento, o investidor recebe o
dinheiro emprestado corrigido por uma taxa de juros.
A dívida do G-7 e dos BRICs pode parecer alarmante, mas, geralmente,
os países não pagam o valor por completo e optam por rolar a dívida
para um período mais distante.
A lista dos “devedores” é
liderada pelo Japão com 3 trilhões de dólares, seguido por Estados
Unidos (2,8 trilhões de dólares) e Itália (428 bilhões de dólares). O
Brasil é o sétimo no ranking com 169 bilhões de dólares a pagar (cerca
de 310 bilhões de reais). Esse valor é suficiente para
financiar o Bolsa Família por quase 19 anos, com base no orçamento de
16,4 bilhões de reais do programa em 2011.
Apesar de estar em melhor condições que EUA, Alemanha e Canadá, o Brasil levanta recursos com a venda de títulos da dívida pública em maior quantidade que os demais membros do BRIC. A
China tem 121 bilhões de dólares a pagar aos credores de seus títulos,
a Índia, 57 bilhões de dólares, e a Rússia, somente 13 bilhões de
dólares.
Em meio a esse cenário, e da incerteza sobre a crise na Europa e nos
EUA, o Tesouro Nacional anunciou nesta terça-feira 3 a primeira
operação de títulos públicos brasileiros no exterior de 2012. Os
documentos, conhecidos como bônus da República, serão oferecidos aos
investidores em dólares com vencimento em janeiro de 2021.
Os títulos serão emitidos nos mercados norte-americano e europeu.
Dependendo do sucesso da operação, o Tesouro Nacional poderá fazer as
ofertas também na Ásia, após a abertura daquele mercado.
Dificuldades
Algumas das sete maiores economias do mundo ainda lutam para acertar
suas finanças, com medidas de austeridade e possíveis empréstimos do
Fundo Monetário Internacional (FMI). Por isso, os investidores podem
demandar compensações maiores para emprestar a países com problemas de
caixa, aponta a Bloomberg.
No final de dezembro, a Itália, que luta para cortar despesas e não
ser atingida pela crise no continente, fez um leilão relativamente bem
sucedido e conseguiu 7 dos 8,5 bilhões de euros pretendidos. Por outro
lado, a Alemanha, maior economia do bloco, vendeu apenas 60% dos 6
bilhões de euros em títulos, também em dezembro.
Enquanto isso, Japão e EUA não mostram problemas para se financiar.
A maior economia do mundo atraiu 3,04 dólares para cada dólar dos 2,1
trilhões em notas e títulos vendidos no último ano. Esse é o maior
valor desde que o governo começou a liberar os dados em 1992.
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