15 de julho de 2013
Por José Valdir e Luiz Zarref
Da Página do MST
Na quarta-feira (10/07), dia anterior ao Dia Nacional de Lutas, o MST levou a solidariedade e carinho do movimento a Dom Pedro Casaldáliga. Os 85 anos de vida integralmente dedicados à defesa dos povos indígenas, dos camponeses Sem Terra e contra toda a desigualdade social brasileira, fragilizaram seu corpo, que hoje sofre com o Parkinson.
Porém, a experiência garante uma lucidez com profunda sabedoria que só os grandes lutadores do povo podem conquistar. Desde o primeiro minuto da visita ele se recusou a falar sobre si, sobre sua saúde e disse estar muito animado com toda a efervescência das ruas brasileiras e de outros países no mundo.
Para Dom Pedro, a Via Campesina Internacional tem um papel fundamental nesse momento político global. “É sua tarefa retomar a importância da luta pela terra, pelos territórios e pela produção de alimentos sadios”.
Com tranquilidade, mas também veemência, criticou profundamente o Governo Federal na forma como vem tratando a questão indígena e camponesa, acusando-o de ter combatido as organizações populares de esquerda. Para ele, o Governo só vem atendendo os interesses do grande capital.
Dom Pedro avaliou que os partidos e sindicatos estão com muita dificuldade de dar respostas ao momento político que vivemos. “Uns são extremamente adesistas ao governo e outros lutam contra o governo, mas não passam disso”, analisou, ressaltando que são nesses momentos que os movimentos sociais de massas têm papel histórico fundamental.
A grande missão dos movimentos sociais para Dom Pedro é conectar a luta local com as lutas globais. “É hora de apresentar alternativas, fazer a disputa de ideias, mas jamais perder a humildade”, diz o bispo.
Dom Pedro por toda sua vida renegou a ostentação, a vida segura, o discurso fácil. Lançou-se na profecia transformadora, jamais hesitando em tomar lado, o lado dos camponeses, dos indígenas, dos trabalhadores e trabalhadoras.
A benção final de Dom Pedro foi simples: “se mantenham em luta, busquem a unidade. Os tempos são favoráveis para nós!” E após um vigoroso sorriso, beijou o rosto de cada um como se beijasse cada Sem Terra de nosso movimento, distribuindo a benção para todos que se mantém perseverantes na luta pela Reforma Agrária e pela transformação do mundo.
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